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Faro

Faro

Tipoloxía ou caracterización xeográfica

Concelho
Idioma del topónimo
Portugués

Étimu

HARÚN
Árabe
Onomástica

Ámbito semántico

Onomástica » Deantroponímico » Nome personal

Derivado

Resume xeneral

Este topónimo provém do antropónimo árabe Ḥarūn ‘Aarão’, através da variante andalusi Ḥárun, nome da linhagem que governou a taifa de Santa Maria do Algarve (a antiga Ossónoba) de 1016 a 1152, que passou então a Santa Maria de Ḥárun, depois Santa Maria de Farõ e, já em época portuguesa, Farõ IberAlg.

 

Aspectos xeográficos, históricos, administrativos

Cidade costeira algarvia, cuja denominação mais antiga conhecida é a pré-romana latinizada Ossónoba. O topónimo perdurou durante as épocas romana e visigoda e os primórdios do domínio muçulmano sob a forma latina tardia Ocsónoba, transliterada em árabe como Ukšúnuba e Ukšúnya, aplicadas tanto à cidade como à província de que foi capital até ao séc. X (Domingues 1972). Devido à importância da comunidade moçárabe, de que daria testemunho a Cantiga 183 de Afonso X, o Sábio, «Pesar á Santa María de quen por desonrra faz» CSM, a cidade seria vulgarmente denominada Šantamaríyat ‘Santa Maria’ já no séc. X, embora na cronística árabe continue como Ukšúnuba. Passaria também a ser conhecida como Šantamaríyat Alġárb ‘Santa Maria do Ocidente’ para se distinguir de Šantamaríyat Alšarq ‘Santa Maria do Oriente’ (atual Albarracín, em Espanha). No séc. XI, seria a capital de um reino taifa sob o governo dos Banú Ḥárun, de quem adotaria o nasab (com perda do elemento ibn), que substituiu o locativo (tal como aconteceria com Santa Maria do Oriente que passaria a Santa Maria Albarracín). No séc. XIII, ainda é conhecida como Santa Maria de Faarõ, vindo a perder a invocação mariana sob domínio cristão no seguinte IberAlg, pp. 20, 31, 70.

A cidade de Faro foi tomada aos mouros em 1249 por D. Afonso III, que lhe outorgou foral em 1277. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo em 1504 e D. João III elevou-a a cidade em 1540 e a sede episcopal em 1577.

Información específica d'étimu pa esti topónimu

Antropotopónimo com origem no nome da linhagem de Abu Othman Said Ibn Ḥarūn DOELP, que governou a taifa de Šantamaríyat Alġárb de 1016 a 1152, ano em que foi anexada à de Sevilha. 

A forma medieval Faarõ documenta a mudança da posição do acento e do ponto de articulação da fricativa surda laríngea para labiodental por influência andalusi, árabe e moçárabe IberAlg, p. 70. A  forma Fárão deve-se à convergência das terminações nasais -ã e -õ em -ão no português médio, durante o séc. XV Cardeira & Fernandes_2008. A perda da nasalidade e redução do ditongo explica-se pela posição átona final, encontrando-se atestada, no que diz respeito a este topónimo, desde o séc. XV.  A covariação sociolinguística das variantes Fárão e Faro persiste durante os dois séculos seguintes Nomesárabes_Lopes, p.51-52, nos finais do XVI estando abonadas como vulgar e culta, respetivamente HRAlg, p. 162.

Documentación histórica

Vieya y medieval

  • "Šantamarīyat Hārūn, Santa Maria de Aarão" s. XI Pocklington_nombres, p. 97
  • "Sancta Maria de Pharum" 1147 DOELP
  • Sanctam Mariam de Pharum et Taviram (...) oppidam Pharum, Lolé, Castalar, Taviram, Mertulam, Serpam" 1189 RelNav, p. 45
  • "Sollecitavit etiam per eum peregrino ut cum ipso irent ad opidum ad unam dietam distans, quod tam pagani quam christiani Sanctam Mariam de Pharum vocant" 1189 RelNav, p. 43
  • "Faaron" 1233 Pocklington_nombres, p. 97
  • "Stephanus petri de Tavares tũc temporis pretor de Sancta Maria de ffááron testis" 1251 CoroAlg_XIX, p. 37
  • "Faarom (S.ta Maria de)" 1254 OnomMedPortugués, p.122
  • "sancta maria de ffáárõ" 1282 Desc, p. 13
  • "Desto direi un miragre / que fezo en Faaron a Virgen Santa Maria / en tempo d’Aben Mafon, que o reino do Algarve / tii’ aquela sazon a guisa d’ome’esforçado, / quer en guerra, quer en paz" 1264-1284 CSM, nº183
  • "que posam leuar a dicta fruyta de taujlla per mar ou per terra aa foz noua ou a faarom ou a outro lugar" 1441 Desc, p.139

Moderna

  • "Faro" 1454 Nomesárabes_Lopes, p. 51, n. 5
  • "Tem Fárão bom porto e seguro, a que se entra pela foz do rio Bias, que está apartada da cidade quási ũa légua e meia, e este rio é de água salgada e tem duas bocas" 1577 CoroAlg_XVI, p. 46.
  • "A cidade de Faro (a que o vulgo chama Fárão) está situada ao longo do rio da parte do oriente, em um campo plano, cinco léguas da vila de Albufeira, duas da vila de Loulé e cinco da cidade de Tavira" c. 1600 HRAlg, p. 162
  • "Da cidade de Faro NA latitud de 37. gr. 5. min. & na longitud de 12 gr. 6. min. doze legoas ao Nascente de Lagos, & cinco de Tavira para o Poente, sobre a costa do mar Oceano, nas prayas de hum seu espaçoso braço, capaz de embarcaçoens de alto bordo, em sitio plano entre dous montes da banda do Norte, chamados o Alto de Rodes, & o Alto de Santo Antonio, está situada a cidade de Faro, fundação dos gregos, por ser Faroz sua voz"  s. XVIII Costa_Corografia, T. III. Cap. VI., fl.15

Paisax toponímicu de la rodiada

Antropotopónimos de origem árabe e berbere no distrito de FaroTopAlg_Fernandes, constituídos por :

Nome pessoal:

  • Adela, Alcoutim, Alfaiçal, Alfeição, Algandur, Algoz, Almadanim

Nome pessoal antecedido de elemento de filiação ou linhagem:

  • Bela Curral, Bela Mandil, Benaciate, Benaçoitão, Benafátima, Benafim, Benafundão, Benagaia, Benagil, Benaiça, Benamor, Bendaste, Benémola, Benfarras, Bengado, Bensafrim

Nome pessoal antecedido de elemento de paternidade:

  • Boliqueime e  Búdens

Cognaos y topónimos rellacionaos

Os únicos cognatos são os topónimos secundários Canal de Faro, Ilha de Faro, Santo António do Alto de Faro (todos no conc. de Faro), uma vez que as demais formas toponímicas homónimas derivam do lat. pharum , ‘farol’.

Maria Alice Fernandes:  "Faro", 

en Toponimia de Galicia e Portugal (PID2020-114216RB-C61), proyecto integrado en Toponomasticon Hispaniae, financiado por el MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. http://toponhisp.org 

[consultado en 08-05-2025].
Fecha: 18/07/2024
524
portugues

Coordenadas: -7.932656 37.016864

Las coordenadas en el estado español proceden del IGE

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Transcripción fonética
[fáru] estândar; [fár] dialetal
Audio
Ensin provincia
Faro
Población
67566 (2021)

Xentiliciu y nomatos coleutivos

Xentiliciu/-os

Farense

Pseudoxentiliciu/-os

Careca

Antropónimos orixinaos pol topónimu

Apellíu
Faro
Nome
Nun xeneró nome personal

Bibliografía específica

 Domingues, José Domingos Garcia. 1972. Ossónoba na época árabe. Separata dos Anais do Município de Faro.

Robla

Redaición: Maria Alice Fernandes

Iluminura da Cantiga de Santa Maria nº 183

Iluminura da Cantiga de Santa Maria nº 183

Ministerio de ciencia
Xunta de Galicia
Instituto da Lingua Galega
UPNA
UAM
Universidad de Zaragoza

El proyeutu I+D+I Toponomasticon Hispaniae ta financiáu pol MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. La presente aplicación cuntó con una ayuda pa la consolidación ya estruturación d'unidaes d'investigación competitives de la Xunta de Galicia (ED431C 2021/20).

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