Beja
Tipoloxía ou caracterización xeográfica
Étimo
Ámbito semántico
Resumo xeral
Do latim PĀCE (IULIA), alterado pela fonologia árabe.
Aspectos xeográficos, históricos, administrativos
A localização de Beja tem sido, embora de forma não consensual, associada à do oppidum Conistorgis, referido em Políbio e Ptolomeu e fundado cerca de 400 anos a.C., pelos celtas ou pelos Cónios. Certo é que os achados arqueológicos comprovam a ocupação pré-romana de Pax Iulia, importante povoação da Lusitânia (ponto de passagem de uma das vias romanas), sede de circunscrição jurídica (Conventus Pacensis) e de uma das quatro chancelarias criadas no tempo de Augusto (Lopes 2033). Entre 714 e 1162 esteve sob a posse dos árabes. Reconquistada a povoação, recebeu foral de D. Afonso III em 1254, confirmado sucessivamente por D. Dinis (1323?) e D. Afonso IV (1373), transcritos no foral de 1510 (ANTT, foral manuelino de Beja). Foi elevada a cidade em 1517.
Información específica de étimo para este topónimo
De PĀCE [pake], acus. de Pax (Iulia), nome romano da cidade, transformado pelos árabes em bājâ (de acordo com a morfologia árabe, os topónimos eram, geralmente, femininos), com sonorização de p > b e k > g; é também a presença árabe que explica as mudanças ā > e, por imela (passagem de a tónico a e) e g > j (palatalização).
Documentación histórica
Antiga e medieval
- “In nocte Santi Andreae Apostoli Civitas Pace id est Beja ab hominibus Regis Portugalis D. Alfonsi” 1162 Diss_Ribeiro p.149
- “Dedit Dominus Civitatem Begiam ad Regem Ildefonsum” 1162 Diss_Ribeiro p.149
- “Per graça de deus rey de portugall […]. A quãtos esta nossa carta de foral virẽ dado aa nossa villa de beeia […]. Aquy se começa o foro de beia oqual foro lhy foy dado por elrey dõ affonso e Conde de Bolonha que a pobrou: E cõfirmado per seu filho rey dom Denys. E per seu neto rey dom affonso” 1510 ANTT, foral manuelino de Beja.
- “Carta Alcobacie de Cauto de Birĩgel intermino de Begia” 1510 ANTT, Livro de doações, mercês e forais fl.170v
Moderna
- “E foi tão aprazivel a Cesar esta paz, que pera lembrança della, pos nome ao lugar, em que se concluira, PAX IULIA, que quer dizer paz de Iulio Cesar […]. Nem me convem agora disputar a duvida, que algũs tiveram, se era esta cidade Beija, ou Badajoz, pois está oje tão averigoado ser Beija […] assi o passarei com dizer, que Badajoz se chamou Pax Augusta e não Pax IULIA.” 1597 Brito_MonLus p. 377
- “Sua primeira fundação foi de Gallos, e Celtas muitos seculos antes da vinda de Christo. Andando o tempo a honrou Julio Cesar, chamando-lhe Pax Julia […]. Foy conquistada pelos Arabes no anno de 715. os quaes nam podendo pronunciar Pax Julij, lhe chamarão Baxu, corrupto hoje em Beja.” 1706-1712 Costa_Corografia p.465
- “Cidade antiquíssima: sua fundação se attribue aos Celtas, primeiros povoadores de Hespanha, despois a ocuparão os Cartaginezes, e Romanos […] chamando-lhe Pax Julia […] ao tempo dos Arabes, que o corromperão em Paché, Baxu, e Beja” 1747-1751 DicGeoCardoso t.II p.123
Cognados e topónimos relacionados
Transplantado para outras regiões, Beja tornou-se topónimo relativamente frequente: Covilhã, Odemira, Peniche, Sintra.
en Toponimia de Galicia e Portugal (PID2020-114216RB-C61), proyecto integrado en Toponomasticon Hispaniae, financiado por el MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. http://toponhisp.org