Guimarães
Tipoloxía ou caracterización xeográfica
Étimo
Ámbito semántico
Resumo xeral
Guimarães é um antropotopónimo com origem no nome do presor do Porto (868), o nobre galego Vímara Peres, que se tornaria no conde de Portugal no mesmo ano. O topónimo designou originalmente a sua propriedade rural (villa) Vimaranis, depois o burgo, a vila sede do concelho e posteriormente a cidade.
Aspectos xeográficos, históricos, administrativos
A cidade de Guimarães está historicamente associada à fundação da nacionalidade portuguesa. Para além de lhe ter sido atribuído o primeiro foral naquele que viria a ser o território português, foi nele que se travou o conflito entre D. Afonso Henriques e sua mãe D. Teresa, condessa de Portugal, que, com o apoio dos burgueses, levaria à vitória dos barões portucalenses sobre o partido galego e à fundação do reino de Portugal.
O burgo de Guimarães recebeu o seu primeiro foral em 1096, outorgado pelo conde D. Henrique e confirmado e ampliado por D. Afonso Henriques em 1128. Esses forais são conhecidos através do diploma de confirmação de D. Afonso II em 1217. Foi igualmente confirmado por vários outros monarcas, sem a reprodução do respetivo teor, mas copiado nos Forais Antigos de Leitura Nova de D. Manuel I (Reis 1996). Foi sede do condado de Portugal até à transferência da cúria para Coimbra por Afonso Henriques na década de 30 do século XII. A vila foi elevada a cidade em 1853 pela rainha D. Maria II.
Información específica de étimo para este topónimo
A etimologia atribuída a Guimarães é Vimaranis, do nome do possessor Vimara (< Vímara) flexionado no genitivo de posse em -anis, que segue um modelo de formação antropotoponímica tardo-antigo e alto-medieval característico da época da expansão territorial cristã, mormente da presúria. Neste topónimo, a evolução do [w] gótico inicial, labial e velar, deu-se no sentido da sua consonantização na oclusiva velar [g], que se atesta desde finais do séc. XI DOELP. No entanto, também se encontra a variante Vimarães (conc. de Coimbra), com fricativa bilabial [ɓ], denominação de uma quinta, onde foi construído o mosteiro de Santa Maria de Celas. A terminação -ães é o resultado da ditongação, no port. médio, das vogais em hiato resultantes da síncope galego-portuguesa do -N- latino intervocálico.
Documentación histórica
Antiga e medieval
- "Concedo uobis illa ad tuicionem ipsorum fratrum et sororum que sub regimine uestro deo militant in ipsius loco vimaranes" 931 PMH, Diplomata, vol. I, fasc.I, pp. 22-23
- "fuimus in loco predicto uilla uocitata Vimaranes" 950 PMH, Diplomata, vol. I, fasc.I, p. 35
- "Uobis gonta abba et frates et sorores habitantes cenouio uimaranes in domino salutem amen." 953 PMH, Diplomata, vol. I, fasc.I, p. 38
- 'fuit facta ista carta in concilio vimaranes" 1013 PMH, Diplomata, vol. I, fasc.I, p. 135
- "Placuit nobis per bona pace et per bona voluntate quod faciamus cartam de bonos foros ad vos homines qui venistis populare in Vimaranes et ad illos qui ibi habitares voluerint usque in finem." 1096 Foral de Guimarães (Reis 1196, § 3)
- "G(u)imaranes" 1096, 1106, apud DOELP
- "Et nullo cavalario non habeat pausada in Vimaraes, nisi tantum per amorem domini sui."1096 Foral de Guimarães (Reis 1996 § 17)
- "Alfonsus dei gratia Rex Portugalie et Comes Bolonie, vobis pretori et judici et concilio de Vimaranis salutem. 1254 ChancAfonsoIII-1, I, p. 49
Moderna
- "Estas regiões se diuidem em comarcas, ou correições, de que a de entre Douro, & Minho tem quatro comarcas, conuem a saber, a do Porto, a de Guimarães, & a de Vianua de Foz do lima, &a de Ponte de Lima" 1610 Leão_Descrição, f 3v
- "Foi n'este castello (...) onde, no fim do seculo XI, assentou sua côrte D. Henrique de Bergonha, conde Portugal, dando foral á pov. e conservando-lhe o nome que era Vimarães." 1889 DicChoro_Matttos
Cognados e topónimos relacionados
Em Portugal:
- Guimarães (conc. de Baião, Vila Nova de Gaia e Viseu)
- Quinta de Vimarães (conc. de Coimbra)
Na Galiza:
- Guimaráns (conc. de A Banha, Ames, Vedra e As Neves)
- Guimarás (conc. de Begonte, Outeiro de Rei, Paradela, O Corgo, Pinhor, O Irijo, Esgoz e Alhariz)
en Toponimia de Galicia e Portugal (PID2020-114216RB-C61), proyecto integrado en Toponomasticon Hispaniae, financiado por el MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. http://toponhisp.org