Santarém
Tipologia edo geografia karakterizazioa
Etimoa
Ámbito semántico
Laburpen orokorra
Hagiotopónimo romance, de Santa Irene
Geografi, historia, administrazio alderdiak
Capital do distrito de Santarém, situada na antiga província do Ribatejo e na região do Alentejo, a cidade tem sido identificada com a antiga Scalabis, referida na Geografia de Ptolomeu e no Itinerário de Antonino, identificação que, contudo, não está isenta de controvérsia (Lopes 1995-1997). D. Afonso Henriques deu-lhe foral em 1179, confirmado por D. Sancho e por D. Afonso II. A importância de Santarém desde o século XII documenta-se pelos privilégios que constam nos seus forais.
Leku izen honentzako informazio berezkoa
Embora a relação entre Santa Irene e Santarém pareça transparente, não é a única hipótese. A ser hagiotopónimo, o étimo será o grego eirene, por via do latim irēne. Do latim terá resultado, em português, o nome Irene, por via culta, e as formas alternativas Eiria e Iria (OpusculosIII p. 248). Piel_Santos faz notar que a origem de Iria seria um nominativo de tipo latino *IRENA, enquanto Irene resultaria do genitivo IRENAE. A evolução seria, assim, Sant’Eirene > santerẽe > santarém, com dissimilação. Contudo, Piel_nomgerm alerta para os falsos hagiotopónimos, iniciados por sant-, sem etimologicamente se relacionarem com SANCTUS. Outra hipótese seria uma origem germânica: o genitivo do antropónimo *Santarius (de *Santh- harjis, sendo -arius latinização. (Piel_1989 pp.143-4 e 164). Vasconcelos (OpusculosIII p. 245) associa *Santarius a Santeiro, no Porto e a Santarinho, em Viseu. Note-se que Santar é topónimo que ocorre em Portugal e na Galiza. Machado (DOELP) acrescenta, ainda, a hipótese de se tratar de um nome pré-romano com o sufixo -en.
Dokumentazio historikoa
Antzinatekoa eta Erdi Arokoa
- “in boue que ueno de sanctaeiren” 985 PMH, Dipl I p.94
- “Est ei in oriente publica uia que ducit ad sanctaren” 1088 PMH, Dipl III p. 419
- “Ego enim gratia dei imperator alfonsus nobis omnibus christianis in sancte herena commorantibus huiusmodi facio scripturam” 1095 PMH, Leges III p.349
- “Unde al nom façades. Dante em Santarem, xi. dias de Julho. El Rey o mandou” 1401 DicCoroPLeal p.426
Garaikidea
- “o monte alto de Santarem que ate entam se chamou Cabelicastro” 1610 Leão_Descrição fl.75v
- “A fundação desta Villa […] atribuem alguns Authores a Abidis XXIV […]. Chamoulhe Esca Abidis, que significa manjar de Abidis, por causa de hũa cerva, que o sustentou cõ o doce leyte de seus peitos […]. Chamou-se também esta Villa Scalabis, corrupto de Esca Abidis, cujo nome lhe durou atè que os Mouros […] o corrompèraõ em Cabilicastro, por dizerem Scalabis Castrum […]. Depois tomou o nome de Santarem da gloriosa Santa Eyria.” 1706-1712 Costa_Corografia pp.241-242
- “A sua fundaçaõ se attribue a Abidis XXIV. Rey de Hespanha 1100 annos antes da vinda de Christo. Os Romanos a ennobreceraõ fazẽdo-a convento jurídico, ou lugar de residência de huma das três Relaçoens, que tinhaõ na Lusitania para a administração da justiça, impondo-lhe o nome de Esca Abidis: os Mouros lhe chamaraõ Cabilicastro, e conservou este nome até o reynado de Recesvinto Rey Godo pelos anos de 653. Que se começou a chamar Santarem pelo milagre de aparecer o corpo de Santa Eiria no meyo das aguas do Tejo” 1739 Freire_Corografia p.124
kognatuak eta erlazionatutako leku izenak
Santarém é topónimo frequente em Portugal (Alandroal, Arraiolos, Castro Daire, Coimbra, Figueiró dos Vinhos, Guimarães, Sernancelhe, Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Ourém) e ocorre também no Brasil.
en Toponimia de Galicia e Portugal (PID2020-114216RB-C61), proyecto integrado en Toponomasticon Hispaniae, financiado por el MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. http://toponhisp.org