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Mira

Mira

Tipologia edo geografia karakterizazioa

Río
Idioma del topónimo
Portugués

Etimoa

*MIRA
Incierto
Hidrotoponimia » Ur lasterrak

Ámbito semántico

Hidrotoponimia » Ur lasterrak

Laburpen orokorra

De origem obscura. Apesar de figurar integrado no topónimo Odemira (Beja), este constituirá um composto híbrido, que associa o elemento de origem árabe ode- a Mira, nome que, não parecendo árabe, pode ser latino ou pré-latino.

Geografi, historia, administrazio alderdiak

Rio que que percorre território do distrito de Beja. Nasce na serra do Caldeirão, no sul do concelho de Almodôvar e desagua no Atlântico, junto de Vila Nova de Milfontes, na costa do concelho de Odemira (CMP 1:25 000 — folhas 580, 572, 571, 563, 562, 570, 569, 561, 553, 552, 544). A forma Mira é também o nome de uma vila costeira no distrito de Coimbra, o de um lugar na freguesia de Arcozelo, no concelho de Vila Nova de Gaia (Porto) e o de outro lugar na freguesia de Cerdal, no concelho de Valença (Viana do Castelo).

Leku izen honentzako informazio berezkoa

Trata-se de um potamónimo de origem obscura. Leite de Vasconcelos (Lições_LVasconcelos p. 328 e LVasconcelos_1905 p. 236, n. 1) propunha uma origem pré-latina com base na possibilidade de deduzir Mira do topónimo romano Miróbriga (MIROBRIGA, no atual concelho de Santiago do Cacém), o qual inclui o elemento de origem céltica -briga 'altura, montanha' e, por extensão, 'cidadela, fortificação' (cf. DOELP). 

Guerra_1998 refere-se, sem declarar adesão, à etimologia de Pedrero_1996 (p. 370-372), segundo a qual se pode incluir Mira num conjunto onomástico amplo, mediante três vias possíveis: a) uma raiz *meir/*moir-/*mir-, possível resultado da junção de um sufixo *-r à raiz *mei-, ‘viajar, errar’ (ver também Moralejo_HidronPrerroman p. 68). b) o mesmo radical do latim mirus, ‘assombroso’; c) relação com o latim merus, ‘puro’; d) adjetivo *meiros, cujo radical se encontra no antigo eslavo miru, ‘paz’ e no albanês mirë, ‘bom, formoso’. Como noutros topónimos que envolvam raízes pré-latinas, a curta extensão dos morfemas implicados aumenta a probabilidade de a relação entre Mira e os referidos morfemas de origem indo-europeia não passar, afinal, de um simples caso homonímia. A relação do potamónimo com homónimos como Mira, nome de uma vila costeira a norte do Mondego, é questão ainda pouco explorada. 

Outro aspeto problemático é a forma ribeira de Odemira, que figura em fontes setecentistas e não exclui a possibilidade de o uso de Odemira se realizar também como potamónimo, sem o classificador ribeira. Odemira constitui muito provavelmente um composto híbrido, formado por Ode-, do árabe WĀDĪ ('rio, vale ou embocadura do rio'), e por Mira, elemento que não parece enquadrar-se no estrato árabe. Torna-se, portanto, provável que o uso de Mira como topónimo no período árabe seja herança do período linguístico anterior. É, portanto, fantasiosa a tese de Mira vir de emir (de ʔamīr 'chefe, comandante', por via do francês; cf. DCECH), a qual consta da GEPB e na ELBCV (cf. DOELP). Ao potamónimo Mira tampouco se afigura possível alargar uma eventual filiação na antroponímia germânica, como acontece com o topónimo Mira (Coimbra), que Piel (HGP, p. 204) relaciona com o antropónimo Miro, hipótese que o próprio dá como muito incerta.

Dokumentazio historikoa

Antzinatekoa eta Erdi Arokoa

Encontra-se atestada a forma Odemira, mas usada como topónimo relativo à vila edificada nas margens do rio Mira (cf. Odemira):

  • "un miragre mui fremoso/ que fez a madre do Rey/ Jhesu Crist'en Odimira" 1270-1284, CSM, 327, 8
  • "a miha vila dOdemira" 1319 Desc , vol I , p. 35
  • "e que sse hia a Odemira que he no rregno do Algarve" 1441-1450 FLopes_CDJoaoI, cap. 42

Garaikidea

Verifica-se variação entre Odemira (séc. XVII e XVIII) e Mira como forma do potamónimo:

  • "Mas os Portugueses corrompendo o Guada em Odi, vieram a dizer por Guadiana, Odiana, e asi outros muitos dos nossos de Portugal, como no contorno da cidade Evora, Odivor, Odigebe, Odiarça, Odiuellas, Odiege e no Algarve Odi Mira" 1610 Leão_Descrição, p. 32
  • "Quatro legoas da Villa de Sines para o Sul está fundada VilIa Nova de Mil Fontes, assim chamada de muitas fontes perenes, que á cercaõ. He banhada da ribeira de Odemira, que se mete logo no mar" 1706-1712 Corografia_Costa p. 507
  • "He banhada da ribeira de Odemira, que se mete logo no mar" 1712-1728 Bluteau
  • "Mira, rio do Alemtejo" 1878 Andrade_DicHidro

Hurbileko leku izenak

Nas margens do rio Mira, situa-se a vila de Odemira, vila e sede de concelho no distrito de Beja.

kognatuak eta erlazionatutako leku izenak

Odemira, como composto provavelmente híbrido, formado pelo árabe WĀDĪ e o potamónimo Mira.

Registe-se a homonímia parcial com Miróbriga, adaptação do latim MIROBRIGA, cujo segundo elemento, -briga, é tido consensualmente como céltico e frequente na toponímia da época romana (DOELP; ver também Lições_LVasconcelos p. 328 e LVasconcelos_1905 p. 236, n. 1).

Carlos Rocha:  "Mira", 

en Toponimia de Galicia e Portugal (PID2020-114216RB-C61), proyecto integrado en Toponomasticon Hispaniae, financiado por el MCIN/AEI/10.13039/501100011033/. http://toponhisp.org 

[consultado en 09-05-2025].
Data: 19/03/2025
3022
portugues

Coordenadas: -8.299782 37.573844

Las coordenadas en el estado español proceden del IGE

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Transcripción fonética
[ˈmiɾɐ]
Probintzia
Beja
Bizilagunak
Daturik ez

Herritarren izena eta talde izengoitiak

Herritarren izena(k)
Daturik ez
Sasigentilizioak
Daturik ez

Leku izenak sortutako jende izenak

Abizena
Mira
Izena
Ez du jende izenik sortu

Bibliografia berezia

Pedrero, R. 1996. “El hidrónimo prerromano Mira”, Emerita, vol 64, n.º 2, pp. 361-374

Sinadurak

Erredakzioa: Carlos Rocha

Foz do rio Mira, perto de Vila Nova de Milfontes (foto de Josef Prainsack, 2006, in "Rio Mira (Atlantischer Ozean)", Wikipedia (alemão).

Foz do rio Mira, perto de Vila Nova de Milfontes (foto de Josef Prainsack, 2006, in "Rio Mira (Atlantischer Ozean)", Wikipedia (alemão).

Ministerio de ciencia
Xunta de Galicia
Instituto da Lingua Galega
UPNA
UAM
Universidad de Zaragoza

MCIN/AEI/10.23039/501100011033k finantzatu du Toponomasticon Hispaniae I+D+I proiektua. Aplikazio honek Galiziako Xuntak ikerketa guneen finkapenerako eta egituraketarako ematen dituen laguntzetako bat izan zuen.

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